Ao longo da juventude,
nunca olhei para o meu pai
como sendo homem sábio,
mas como meu opressor.
Livre eu queria ser
e por isso a meu pai
exigi a minha herança
e dele me afastei.
Fiz aquilo que eu queria,
rodeado de amigos,
de mulheres e bebidas,
procurando ser feliz.
No entanto, findo o ouro,
os amigos debandaram.
Encontrei-me solitário,
sem ter quem me desse a mão.
Recordei o lar paterno,
no qual sempre vi fartura.
Resolvi então voltar,
como servo e não um filho.
Mal a casa de meu pai
avistei no horizonte,
hei que corre ao meu encontro
quem um dia desprezei.
E antes que eu pronunciasse
o meu arrependimento,
o abraço de meu pai
envolveu-me o corpo arcado.
Dele só ouvi palavra
de carinho e de perdão.
E ao invés de castigar-me,
meu retorno festejou.
Compreendi que a opressão
que eu sentira no passado,
em verdade era amor
de meu pai, e proteção.
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