Numa noite solitária,
porém não de solidão,
fecho da sala a cortina,
(o abajur à meia luz)
ponho um disco na vitrola,
sento e olho p’ras paredes
e me ponho a recordar,
ao som de cada canção,
um pouco da minha
história.
Volto longe à minha
infância,
quando os meus pais viviam
– eram jovens e
bonitos –
e amavam também canções.
Juventude e amigos
que se foram com o tempo
– aquela porque estou
vivo,
estes, alguns pela morte.
As músicas se sucedem
e, com elas, as
lembranças.
Choro, rio, sinto saudades
e sinto que cada música
encaixa-se em um preciso
momento da minha vida.
Numa noite solitária,
porém não de solidão,
encontrei da minha
história
a sua trilha sonora.