segunda-feira, 17 de novembro de 2014



Estulto é todo homem egocêntrico
que julga ser mais justo do que Deus,
recriminando os atos do Senhor,
que longe estão da lógica humana.

Assim agiu o servo que na vinha
primeiro foi chamado a trabalhar
e que ao final do dia recebeu
o mesmo que os últimos chamados.

No pensamento humano foi injusto
o dono da vinha que os igualou.
No entanto, cada servo recebeu
O necessário p’ra viver um dia.

Zangou-se também o filho mais velho
co’o pai que acolheu o filho pródigo
que voltara ao lar arrependido,
após tudo gastar com imprudência.

Não compreendeu que o pai se alegara
co’a volta do filho que se perdera,
enquanto que ele, o filho prudente,
seguro com o pai sempre estivera.

Ainda há a história dos talentos
distribuídos entre três pessoas,
que os receberam de forma diversa,
segundo as suas capacidades.

O que julga o senhor alguém severo
que lucra sobre o trabalho alheio,
devolve-lhe, sem juros, o talento:
terá o destino do mandrião.

Quem vive sob a lógica do mérito,
sentir-se-á por Deus injustiçado,
correndo o risco, por sua soberba,
de ficar fora do banquete eterno.

Porém, o que aprende a pensar
segundo a justiça e a gratuidade,
caminha na dinâmica do amor
e vive, já na terra, a vida eterna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário