quinta-feira, 13 de novembro de 2014


   a José Saramago

Que lembrança de José,
tão intensa, forte, humana,
que deixa de ser só sua
tornando-se universal!

Trago agora como minha
a imagem do avô,
cada árvore abraçando
no quintal de sua casa,
como a se despedir,
pois a morte vai chegando.

Sentada, olhando o céu,
a avó, em noite clara,
diz ter pena de morrer,
sendo o mundo tão bonito.

Vejo os dois nas noites frias
deitados em sua cama,
e entre eles os leitões
mais fracos sendo aquecidos,
não por generosidade,
mas por serem ganha-pão.

Nas memórias de José,
vivencio a sua vida
e quem, como eu, as lê
tem a vida enriquecida.


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