Estranho vou-me sentindo
com a passagem dos anos,
pois o que era inimiga
tornou-se mesmo ansiada.
Tendo o vigor juvenil
e a vida à minha frente,
a minha morte seira
à minh’alma frustração.
Nem todo plano sonhado
de sonhos fez-se real.
Nem toda paz almejada
meu coração acalmou.
Quis ter somente amigos;
muitos desejam-me o mal.
A face antes risonha,
triste revela amargor .
Não tenho mais novos sonhos,
o corpo, sinto-o pesado.
Quedo em minha cadeira,
na morte penso qual paz.
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