quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ESTRADA REAL


Os caminhos em que outrora
o ouro da minha terra
era levado ao mar
com destino a Portugal,
percorrido foi por mim
quando agosto e o frio
estavam a terminar.
Avistei outra riqueza
amarela – qual o ouro –
não eterna, mas efêmera,
colorindo mata e pastos.
Florescendo os ipês,
encantaram-me os olhos.
Não despertaram cobiça,
somente admiração,
pois que este ouro em flor
dura apenas poucos dias.
Não há cofre que o segure,
somente recordação
e, quiçá, algum poema
que os olhos de um poeta
um instante extasiaram.


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