terça-feira, 20 de janeiro de 2015


Volte p’ra mim, ó passado,
traga-me a juventude
de volta àqueles momentos
em que errei a opção
ou a coragem faltou-me
para lançar-me à vida.
Mas os meus erros trouxeram-me
onde agora estou,
ao lado dos que amo hoje,
sem os quais não sei viver.
Sem coragem eu deixei
de conhecer tantas terras,
tantos povos e outras línguas,
no entanto experimentei
outras vidas em mi’a vida.

Ó passado, não volteis,
viver o que sou deixai-me.
Se eu trilhasse caminhos
outros que os não trilhados,
não sei onde eu estaria,
que eu teria a meu lado,
como eu me sentiria.
Cada opção no passado
determinou meu futuro,
que hoje é meu presente.

Imutável é o passado
e aceitar devo o presente.
Se algo posso mudar
é parte do meu futuro.
Não volteis, ó meu passado,
pois não pertences a mim.
Aguardo eu, ansioso,
o que o futuro reserva-me.


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