Chora-se o amado morto,
cuja morte em nós sepulta
os vestígios de seus
erros,
realçando suas virtudes.
Grande dor nos causa a
morte –
radical separação –
pois a nós que aqui
ficamos
do morto há só lembrança.
Há que, morto um amado,
fecha-se em sua dor,
vivendo um luto eterno,
esquecendo-se de si.
Não se permite um sorriso,
nem festa ou alegria.
Vive como se estivesse
morto para os que estão
vivos.
No entanto, a morte ensina
não a exaltar os mortos,
mas sim a voltar-se aos
vivos,
amando-os enquanto o são.
A quem sepulta um amado
cabe em si só a saudade
e a amar os que ainda
vivem,
já lhes vendo as virtudes.
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