Há dias em que penso que a
morte
será a mais bem-vinda
companheira
e, entre os seus braços
aninhado,
não mais me alcançarão dor
e tristeza.
Não sofro apenas por este
meu corpo
estar dando sinais de
exaustão,
co’a enfermidade aos
poucos me prostrando,
tirando-me a alegria de
viver.
O que, no mais profundo de
mi’alma,
dói-me é perceber a
indiferença
do homem em relação ao
sofrimento
de outro como se não
fossem pares.
O que em mim existe de
pior
desperta ante a
desumanidade,
e a esperança parece estar
morta,
a cinzas reduzida e a mais
nada.
No entanto, sob a cinza há
uma brasa
que a um sopro volta a
crepitar
e a morte, que era então
tão desejada,
recua dando espaço para a
vida.
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