quinta-feira, 4 de dezembro de 2014



Há dias em que penso que a morte
será a mais bem-vinda companheira
e, entre os seus braços aninhado,
não mais me alcançarão dor e tristeza.

Não sofro apenas por este meu corpo
estar dando sinais de exaustão,
co’a enfermidade aos poucos me prostrando,
tirando-me a alegria de viver.

O que, no mais profundo de mi’alma,
dói-me é perceber a indiferença
do homem em relação ao sofrimento
de outro como se não fossem pares.

O que em mim existe de pior
desperta ante a desumanidade,
e a esperança parece estar morta,
a cinzas reduzida e a mais nada.

No entanto, sob a cinza há uma brasa
que a um sopro volta a crepitar
e a morte, que era então tão desejada,
recua dando espaço para a vida.

                                                                   

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