Ao longo de mi’a vida vi
morrerem
tantas pessoas jovens e
amadas,
ceifadas no auge da
existência
por quem a mim um dia
ceifará.
Sempre pensei que se eu
morresse jovem
talvez não encontrasse a
paz eterna
por sentir-me frustrado e
incompleto
no meu destino traçado por
mim.
Por outro lado, houve
tantas vidas
que foram, a seu tempo,
carne minha
e que ainda vivem,
separadas
de mim e hoje estão
esquecidas.
Aqueles que a morte
separou-nos
marcaram-me profundamente
mais
do que os separados pela
vida,
vivos permanecendo em mi’a
lembrança.
E apesar da dor ainda
sinto
quando a morte busca os
amados,
se há alguma coisa que
lamento
é conviver menos do que
devia.
Espero que, quando vier a
morte
buscar-me e levar-me ao
Mistério,
ao menos deixe marcada uma
vida
como a minha foi pelos que
amei.
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